quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Nas ruas da metrópole carioca...

1. A velhinha da Presidente Vargas está lá todos os dias e, pela manhã bem cedinho, já com seu cachimbo quase sem cabo, queimando a boca na altura do lábio superior. Sentada num caixote de madeira ela passa o dia falando sozinha ou com olhar distante, perdido no nada. Às vezes passo e me pergunto: O que será que ela pensa...?
2. Por falar em morador de rua, na Figueiredo de Magalhães em Copacabana, ao lado do Hospital Copa D’or, mora um velhinho. Baixinho, franzino, cabelos grisalhos, "mora" em baixo da marquise do edifício vizinho, um apart. Fico observando a banalização da miséria como algo normal e aceitável na sociedade apressada, nervosa e estressada de uma grande metrópole como o Rio de Janeiro. A chuva, as tempestades de verão e o frio molham as calçadas, até mesmo sob as marquises, mas ele, como tantos outros, continua lá, às vezes dormindo sobre a calçada fria sem nenhum forro ou cobertor; às vezes ele recebe umas visitas e dormem ali mesmo.

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