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domingo, 26 de fevereiro de 2012

O Artista

O Artista traz a arte na alma, diferentemente do famoso que interpreta a arte nas telas, nos palcos ou onde quer que seja. 
Há alguns meses, conversando com meu amigo irmão, Wesley Rangel, ele, com toda a sua inteligência e perspicácia, fez uma brilhante definção sobre o que é ser artista e o que é ser famoso.

E o definiu muito bem, afinal, uma coisa é ser artista, outra coisa é ser famoso e querer ser artista, ou, apenas querer ser famoso. Por aí.
E famoso tem muitos, e as revistas e TVs que precisam de público incentivam essa falsa ilusão e transformam pessoas sem nenhum, ou até com algum talento, em celebridades como se artistas fossem.

A venda da imagem na mídia transformou-se numa grande indústria, apoiada por assessorias de imprensa e os famosos "jabás", que continuam aí pra dar uma "mãozinha", e transformam qualquer "canastrão" ou oportunista em artista ou celebridade. A inversão é tamanha, que até bandido, contraventor ou prostituta, pode se tornar numa grande cebridade, desde que venda e traga bom retorno, financeiro, naturalmente, para as grandes redes.

Artista não tem que ser necessariamente, ce-le-bri-da-de! Nem precisa depender dos carnavais para "aparecer" nas revistas e nos sites "internéticos".
O artista é um ser autônomo, independente, que cria e tem prazer em fazê-lo, independentemente de ser reconhecido ou não pela sua arte. Nem sempre consegue sobreviver pelo que faz, mas tem o seu próprio código de conduta, a sua própria ética, e vive em função do que acredita. Ponto!

Muitas vezes o artista é um ser incompreendido e até rejeitado, como muitos exemplos históricos que hoje são figuras reconhecidas, mas que só o foram após a morte, e hoje são as tais celebridades.

O artista é aquele que deixa sua arte eternizada.
O artista é o ser que transgride à performance da hipocrisia social. É um rebelde que ignora padrões e lógicas para criar e mostrar outras visões de mundo. Que ousa falar o impronunciável numa sociedade hipócrita e castradora, independente do momento em que viveu.

O artista não se submete a padrões e normas de conduta ditas "politicamente corretas", mas que, na verdade, não passam de discursos demagógicos e recheados por interesses pessoais de fama.

O artista é livre, independente. Livre para viver, criar e desenvolver sua arte, mesmo que nunca seja entendido ou reconhecido.

Ele vive de acordo com as visões do seu próprio mundo. Um mundo onde as pessoas ditas normais jamais conseguirão penetrar ou compreender, mesmo que admirem o resultado do seu trabalho, porque só a alma do artista poderá compreender na essência a sua dimensão e, nem sempre, será possível transcender para mundo dito normal.

O artista é a potencialidade da arte. e não tem a fama ou celebridade como meta.
O famoso sem a arte, é apenas um oportunista sem talento, cujo único interesse é estar na grande mídia, maquiando sua presença na sombra de um artista de verdade.

quarta-feira, 16 de março de 2011

E no futebol...

Na justiça comum o ladrão é condenado e a vítima, apesar do prejuízo que sofreu tem, pelo menos, a sensação de justiça ao ver a condenação do réu.

Enquanto isso, no futebol, os valores são invertidos, corrompidos, ou sei lá que nome dar a essa vergonha.

O resultado do julgamento dos jogadores e comissão técnica do Vitória (BA) nesta noite, sobre as ocorrências do último BAVI, é prova cabal dessa vergonha. Nesse caso, os valores são invertidos: Quem registra a ocorrência é o "ladrão"!!!

Enquanto o "larápio" nem vai a julgamento, as vítimas são condenadas com sentenças altíssimas, muitas vezes, apenas por terem tido a coragem de mostrar a defraudação ocorrida e apontar o defraudador, como o caso do goleiro Viáfara condenado por fazer gestos com as mãos mostrando o que todo mundo viu o árbitro fazer.

Está na hora de mudar essa realidade. 

Não que eu seja a favor ou complacente com a violência, mas está mais do que na hora de árbitros incompetentes, corruptos, "ladrões", ou qualquer que seja o adjetivo ou substantivo que se queira aplicar, sejam também julgados e, da mesma forma que os demais, punidos, condenados e afastados do futebol, pagando assim pela sua irresponsabilidade e incompetência, que tanto prejuízo causa ao futebol, ao público e àqueles profissionais que dedicam integralmente seu tempo em treinamento e preparação para levar o espetáculo para o povo e, ao final, veem seus esforços descendo num esgoto imundo, empurrado pela "descarga" de um aloprado qualquer, que impunemente segue sua vida e seu "trabalho" como se nada tivesse acontecido.


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Exame, o Louro e o Gerúndio

(Não necessariamente nessa ordem) 

Estou fazendo meus exames periódicos e hoje fui fazer o eletrocardiograma.

Cheguei à clínica às 09:10, peguei uma senha e verifiquei no monitor que eu seria o próximo. Coisa difícil, mas a clínica estava vazia. Pensei que seria rápido. E foi. 
O atendente preencheu o formulário, eu assinei e ele pediu-me que aguardasse o chamado. 
Pensei: Mas como? Não tem ninguém!!!

Bom, tinha mesmo que esperar.
Sentei-me no salão, de frente pra uma tela plana e resolvi relaxar e pela primeira vez assisti e me deixei levar pelos temperos do Mais Você, aproveitando para aprender uma nova receita da Ana Maria Braga, devidamente assessorada pelo Louro José. 

A espera até que foi boa porque deu tempo pegar a receita na íntegra. Aliás estou ansioso pra um dia desses testar meus dotes culinários.

Mas, voltando ao periódico, depois de uns quinze minutos ouvi alguém me chamando e, pra variar, errando meu sobrenome. 
É impressionante! As pessoas, simplesmente, não conseguem pronunciar corretamente A-Y-A-DE. Treinamento e algumas aulas de português talvez ajudassem um pouco. 
Pronúncias à parte, entrei na sala de exames. 

A moça me mandou tirar a camisa e deitar na maca.
Aí começou o festival de gerúndio insuportável: "Eu vou 'estar passando' um alcoozinho pra tirar a gordura da pele". "Eu vou 'estar botando' um gelzinho pra colocar o aparelhinho". E por aí foi. 
Ô maniazinha essa de brasileiro de misturar inglês com português!

Continuando, a mulher me besuntou todo com aquele gel gelado, com perdão do trocadilho, e aí foi aquele monte fios e eletrodos pelo peito.
Enfim, o exame foi até rapidinho e no final tudo acabou bem, o que eu espero que também aconteça com o resultado.

domingo, 20 de setembro de 2009

Para quem foram feitas as Leis Brasileiras?

Impressionante como as leis brasileiras são condescendentes com o crime e tão duras com as vítimas de um modo geral. A impressão que eu tenho - e que me corrija quem puder provar - é que os legisladores as criaram para se protegerem. Basta ver os tantos abusos do poder constituído: corrupção, nomeações escusas, roubo legalizado (do governo com seus impostos escorchantes), pizzas de CPI ou vice-versa( eu nem imagino que gosto tem isso), conchavos e acordos na calada da noite. Ufa!!! Não dá prá falar de tudo. Aliás, eu queria saber mesmo por que as seções do congresso tem que se estender pelas madrugadas e as decisões tem que sair nessas horas? É pra o povo não poder acompanhar mesmo? Enquanto ouço um rock dos anos 70 do Creedence Clearwater Revival, fico a imaginar como seria a vida sem tanta roubalheira, sem tanta corrupção e, por consequência, sem tantos miseráveis.
Até quando a sociedade brasileira vai assistir passivamente esses desmandos?! Até quando vamos olhar apenas para nossos próprios umbigos? Vamos esperar que alguém de nossas famílias seja executado para ir às ruas protestar? É muita passividade...
Há poucos dias um juiz autorizou o regime semi-aberto para um perigoso criminoso porque, de acordo com "lei" - dá até arrepio na espinha - ele havia cumprido um terço da pena e, mesmo sendo alertado (o juiz) que o tal bandido era de alta periculosidade, esse fato relevante não foi considerado, ou seja, direito de bandido é sagrado. O mesmo direito não teve o pobre coitado que era irmão gêmeo de um bandido e teve que permanecer preso por vários meses até que o irmão bandido fosse preso, e mesmo assim ainda demorou de ser solto.
Por outro lado, os direitos humanos foram criados para bandidos. Se morre um, logo aparecem todos os seus defensores. Será que essas ONGS são financiadas pelos marginais? Vamos refletir... Quando, ao contrário, morre um inocente ou um policial a serviço da sociedade, aparece algum representante dessa "canalhice" pra protestar ou reivindicar alguma coisa!!!
Quero pedir desculpas às pessoas que me leem se por acaso me exalto, mas é impossível manter o nível diante de tanta safadeza. Enquanto isso, o "nosso" governo - eu não tenho culpa disso - tenta fazer a "companheira" ex-guerrilheira, ex-sequestradora e ex-assaltante (currículo invejável), Presidente da República do estado brasileiro. Cada vez mais eu acredito naquela máxima de que "o povo tem o governo que merece". Vendo tudo isso não me resta outra alternativa senão seguir os passos do Manuel Bandeira: "Vou-me embora pra Pasárgada/Lá sou amigo do rei/Lá tenho a mulher que eu quero/Na cama que escolherei... Lá a existência é uma aventura/De tal modo inconsequente/Que Joana a Louca de Espanha/Rainha e falsa demente/Vem a ser contraparente/Da nora que nunca tive...Em Pasárgada tem tudo/É outra civilização/Tem um processo seguro..."
E por aí vai...(veja o poema completo no link Poemas e Poesias)
Ano que vem tem eleições. Todos os anos temos nós. E a realidade desse país vai continuar a mesma?! Vamos aceitar uma nova CPMF?! Que povo somos nós, que só criticamos, mas não agimos?! Até quando vamos comer pizzas podres?! Acorda Brasil!!!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Melhor Idade

Por que será que de uma hora pra outra os idosos passaram a ser conhecidos como aqueles da “melhor idade”? Até agora não sei se estão querendo ser simpáticos com os velhinhos ou se tudo isso não passa de uma grande hipocrisia. Ainda hoje estava na fila de embarque num vôo de Salvador para o Rio de Janeiro, quando ao meu lado duas velhinhas sorridentes conversavam sobre essa suposta “melhor idade”. Chamado à conversa por uma delas eu pude compartilhar dessa grande ironia.
- Melhor idade pra quê? Soltou a mais simpática e divertida, descrevendo vários males dessa fase da vida, desde as dores pelo corpo, ossos, etc, até as dificuldades de caminhar e outras mazelas próprias do envelhecimento.

Ficamos ali então, enquanto aguardávamos o embarque, tricotando e dando boas risadas sobre o que haveria mesmo de melhor nessa idade avançada. Apesar do humor e vitalidade das duas, viajando sozinhas naquela idade, não pude deixar de notar que se tratava no fundo de uma observação muito séria. Principalmente quando começou o embarque e, simplesmente, ignoraram aquelas duas senhoras da “melhor idade” na fila que embarcaria na segunda chamada, já que suas poltronas eram na frente. O mais irônico é que essas pessoas tem prioridade no embarque.

Fazendo agora uma breve reflexão sobre o assunto, depois de muito matutar, descobri afinal algumas coisinhas que fazem mesmo a diferença e tornam essa idade melhor, nesse momento em que a curva da vida é uma descida só.
- Vejam como é “melhor” pegar a fila menor (é, porque mesmo assim tem que entrar na fila);
- Ter direito a um assento no metrô, quando não está lotado, claro, só tendo mesmo a “melhor idade”;
- Só mesmo na “melhor idade” se consegue ser aposentado pelo INSS e ter que provar todo ano que ainda está vivo pra continuar a receber o benefício (isso não tem preço);
- Imagine ter direito a uma vaga exclusiva num estacionamento de Shopping Center, entre apenas mais de mil existentes;
- Ter prioridade nos embarques aéreos, terrestres e marítimos (?);
- Tem “melhor idade” pra ser o preferido por todos os meliantes do planeta? Agora, sem querer ser agourento, existe “melhor idade” ainda pra geriatras e agentes funerários? É melhor parar por aí, senão essa conversa não tem fim.

Quem quiser que continue achando a velhice como “melhor idade”, eu e pelo menos aquelas duas velhinhas do aeroporto, continuamos acreditando que a melhor idade não é essa da hipocrisia, mas sim a de todos os momentos em que haja vida descente, com possibilidades e boas condições de saúde, segurança e educação para todos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A Dois é muito melhor (?)

Não importa o que aconteça, todos são iguais até dormirem juntos.

As pessoas vivem buscando o encontro perfeito, o casamento perfeito, mas o máximo que conseguem é o acasalamento perfeito. As diferenças, por mais que se queira disfarçar, logo aparecerão. É duro ter que admitir isso, mas não se pode ocultar coisas fáticas que aparecem com o passar do tempo sem nenhum aviso.

Falando unicamente de relacionamentos afetivos, é difícil entender a alma humana e suas características personalísticas.

Aceitar as diferenças é uma condição muito difícil para o ser humano, principalmente diante do modernismo que tornou as pessoas mais independentes, as mulheres mais liberais e os homens mais inseguros quanto à sua perfeição masculina, ao inibir o machismo exacerbado.

O início dos relacionamentos é sempre igual, em qualquer parte do planeta. O jogo da sedução é a perfeição do que se espera em todo o universo da relação. O olhar, o sorriso meio escondido, a troca de confidências e segredos sem dizer uma só palavra, é o tempero ideal para provocar o interesse e despertar o desejo dos amantes. O processo da sedução é o momento mágico que libera os sonhos e fantasias, mesmo daqueles mais recatados, que traz a esperança aos corações daqueles que já a tinham perdido e não acreditavam mais que poderiam encontrar sua alma gêmea. Mesmo quando isso acontece apenas por acaso, quando não há busca alguma, quando não há interesses maiores, esse é um momento de pura magia que enche de alegria nossos corações e faz brilhar os olhos de felicidade, trazendo esperança para a vida afetiva e nos renova mostrando que estamos vivos e ainda podemos fazer muitas outras coisas. Na verdade esse movimento meche não só com a afetividade hormonal como também com tudo que gira ao redor do nosso mundo. Talvez por isso, o homem é tão inconstante e persegue tanto outras oportunidades na vida.

Por falar em alma gêmea, difícil mesmo é saber se ela existe de verdade ou é apenas uma desculpa para continuarmos na busca enquanto vivemos. A alma gêmea, ou a outra metade da laranja pode até existir, mas, muitas vezes (a maioria das vezes, na verdade), é doce no início, mas começa a ficar azeda logo depois da segunda chupada, se é que me fiz entender. Por isso não dá pra chegar ao fim, afinal limão só com açúcar e, onde está o açúcar? Na cozinha do vizinho, no supermercado, no bar, enfim em qualquer outro lugar, menos junto da gente.

Não adianta ficar procurando eternamente por algo que sabemos não existir com a intensidade que buscamos, ou seja, ou aceitamos a metade azeda da laranja ou a mandamos pra escanteio e continuamos o jogo na prorrogação, começando do zero a zero.

Um amigo perguntou-me, como eu podia falar com tanta experiência sobre o assunto relacionamento se eu só me casei duas vezes. Ora, é muito simples amigo, afinal bastam duas experiências e uma tentativa para se extrair experiências e tirar todas as conclusões possíveis.

Detalhando um pouco mais, posso afirmar que, apesar dessa “pouca” experiência, tenho a meu favor a história, que não mudou em nada, nem comigo nem com os meus amigos que continuam casados e sofrem ou vivem a mesma coisa até hoje. Acho que a questão maior está na capacidade de aceitação, de acomodação. Resumindo: no tamanho do saco mesmo!!! Uns tem maior que outros. É isso.

Pra não dizer que não falo de flores, momentos felizes existem de verdade, mas é só isso. Momentos. Alguns momentos. Mesmo que esses durem um dia inteiro, ou uma semana (aí só no início, quando ainda está na sedução), um mês (pô! Aí já é sacanagem, um mês de sedução não existe mesmo). Voltando a falar sério, o que quero dizer é que enquanto não existem problemas conjuntos, isto é, enquanto cada um guarda seus problemas para si mesmo e procura resolvê-los sozinho, a convivência é pacífica e feliz e podem mesmo existir muitos momentos felizes por muito mais tempo que apenas um mês mas, quando se compartilham problemas, dificuldades, famílias então, filhos, quando já existem de relacionamentos anteriores ou os nossos mesmos, aí as coisas começam a estremecer por mais que se queira disfarçar e tentar conviver em nome do amor. Não há como manter o romantismo quando se misturam tantos temperos diferentes que, como dizem os doceiros, fazem desandar o doce na panela.
Viver até é possível, conviver é que torna as coisas mais complicadas. Quero dizer que quando ainda se pode viver em casas separadas as possibilidades do doce não desandar ainda pode existir, mas, é como eu digo, quando as coisas mudam, mudam as coisas.