No Rio de Janeiro a história é a seguinte: Xixi na rua, "perú" em cana.
A prefeitura faz grande estardalhaço, os órgãos de imprensa locais não param de apoiar, para evitar que se faça xixi nas ruas da cidade durante o carnaval, mas, na prática o que vemos é um festival de hipocrisia, irresponsabilidade e desrespeito com o povo, principalmente em relação à sua saúde (prender urina causa infecção). Ora se não tem competência pra fazer um carnaval com milhões de pessoas nas ruas, não o faça!
Ontem, na Praça General Osório em Ipanema, fui testemunha e vítima desse descaso com que os senhores (des)governantes tratam o povo que enche seus cofres com esses eventos populares.
O bloco era O Simpatia Quase Amor - que por sinal não tinha nem uma coisa nem outra, aliás, devia se chamar "sem graça nem beleza", mas essa é outra história.
Voltando ao tema, cheguei à Praça General Osório, por volta das 16 horas e, logo em seguida, resolvi procurar um desses banheiros tão propagados pela prefeitura e pela mídia carioca como se fosse a oitava maravilha do mundo, e que eu acreditei pudesse atender satisfatoriamente todos os necessitados.
Pra começar fui em direção à tal praça, onde imaginei que estariam os "artefatos". E de fato estavam lá. Tinha uma fileira dos tais banheiros químicos, daqueles individuais. Não foi difícil encontrar até porque, logo de cara, acabei tropeçando numa fila imensa que não deixava dúvidas quanto à sua existência. Me posicionei no final da mesma (fazer o quê?).
A fila não andava e as pessoas ali angustiadas e, literalmente, apertadas. Comecei a observar ao redor na esperança de encontrar outra alternativa, que de fato existia mesmo.
E o que me chamou a atenção para a descoberta foi uma grande gritaria em frente a uns containers (se não me engano uns quatro ou cinco) onde se lia no alto "masculino" e "feminino". Deduzi, logicamente, que se tratavam de mais banheiros públicos, o que logo foi confirmado pelo motivo da balbúrdia: apesar dos milhares de foliões na praça e nas ruas no entorno da mesma àquela hora, os banheiros (pasmem) estavam "fechados". Isso mesmo: Fe-cha-dos!!!, enquanto um sem (cem) número de pessoas necessitadas protestavam com os funcionários de plantão.
Ora, senhor prefeito e demais autoridades municipais, querer fazer uma festa popular politicamente correta é o desejo de todos, mas fazer propaganda enganosa e ainda querer punir o povo pela sua desorganização e incompetência para oferecer um apoio descente e condizente com o grau de mobilização que representa uma festa popular dessa magnitude é, no mínimo, uma grande irresponsabilidade e uma trapalhada sem tamanho.
Como dizia um cartaz no caminhão do bloco "Quero fazer xixi em 'paes'(prefeito do Rio)". Talvez isso resolvesse...
Um comentário:
Boa matéria. Esses caras que fazem cartaz com algo que sequer funciona. Absurdo mesmo. Banheiro fechado pelo menos aparece nas fotos e serve de parede pro folião urinar atrás.
Bando de sem vergonha.
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