terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Sobre Politicagens, Greves e Segurança


Foto: Reprodução/ TV Bahia
Apenas para refletir: Uma coisa é ser telhado de vidro, a outra é ser pedra de estilingue.
Passeando pela história recente dos movimentos ocorridos na Bahia chegamos, menos de 11 anos atrás, num episódio semelhante, porém de magnitude menos estúpida e inconsequente, quando o governo do estado estava nas mãos de outro partido, do qual o atual era oposição (Não é mais porque aquele acabou).

Na ocasião, quando o atual governador era deputado e, de acordo com o líder do movimento de agora, literalmente patrocinou aquela greve, pois, conforme relato publicado ontem, houve de fato ajuda financeira, o ex-Presidente Lula da Silva, bem ao seu estilo populista, mas quase sempre inconsequente, largou a seguinte pérola: “A Policia Militar pode fazer greve. Minha tese é de que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também um salário essencial. Se considero uma atividade essencial mas pago um salário micho, esse cidadão tem o direito de fazer greve”.
Partidos e políticas à parte, já que meu objetivo é o comportamento, acompanhei durante todo o dia de ontem, diversos depoimentos, entrevistas e comentários sobre os amotinados e as Forças de Segurança.
Nesse ponto, chamou-me a atenção a palavra do Capitão Tadeu, pseudo negociador, e pra variar político, quando num belo discurso na rádio Metrópole, que soou um tanto quanto tendencioso e demagogo, criticou as Forças de Segurança quanto ao uso de "violência desnecessária" e blá, blá, blá... 

Gostaria de ter tido a oportunidade naquele momento de perguntar ao nobre deputado: Não seria também um ato de violência ocupar a casa do povo, no caso a Assembléia Legislativa do estado? E quanto a tomar de assalto ônibus cheios de passageiros e fazer as pessoas irem andando para casa depois de um dia de trabalho? E incendiar transportes coletivos, inclusive escolares, causando medo, pânico e sofrimento às pessoas? Também não seria uma violência, sequestrar agentes públicos em suas viaturas de trabalho? Com todo o respeito, o que o nobre defensor dos direitos humanos tem a dizer a respeito de tudo isso e sobre impedir o livre direito constitucional de ir e vir dos cidadãos de bem? 
Tudo isso sem falar na quebra da hierarquia e da disciplina na organização.

É preciso pensar e agir com imparcialidade, sobriedade e acima de tudo respeito para com a sociedade, que não é formada por idiotas sem discernimento ou compreensão. Todos sabem, muito bem, separar o joio do trigo. Sem oportunismos, sem hipocrisia e sem politicagens. O povo não é idiota, embora às vezes pareça tolo.

Com toda a vênia do nobre deputado, a quem costumo ouvir na rádio metrópole, ao respeito dos direitos dos grevistas e os motivos que porventura possam ter para realizar o movimento, nada justifica a baderna, a desordem, o vandalismo, o pânico e o caos instaurado no estado, sob quaisquer justificativas. 
Um erro não justifica "outros", muito maiores e nocivos, por atingirem diretamente a sociedade inocente e indefesa, que não fez nada para merecer isso, muito pelo contrário, afinal pagamos altos impostos para termos segurança, o que, aliás, já é precária mesmo sem haver greves.

Portanto, finalmente fez-me rir, o Sr. Capitão Tadeu, ao dizer na tal entrevista à rádio do Mário Kertesz, que os vândalos já haviam pedido "desculpas" à população. E pronto! Isso basta não é? 
Afinal, a violência fica só de um lado, exatamente da parte de quem veio proteger a população e o estado.

Será que na ótica do deputado, se a Força Nacional de Segurança também pedisse desculpas ficaria tudo bem?

Isso basta, ou será que a violência de um pode ser desculpada e a do outro não?

Infelizmente diante de tudo isso, me vejo obrigado a repetir o velho jargão: Direitos humanos para humanos direitos.

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